segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Relatório do Projeto Texto e Variedades
GOVERNO DO
ESTADO DA PARAÍBA
SECRETARIA DE
EDUCAÇÃO
ESCOLA ESTADUAL
ENSINO FUNDAMENTAL CORAÇÃO DIVINO
RELATÓRIO DO PROJETO
TEXTO E VARIEDADES
EXPLORANDO OS
GÊNEROS TEXTUAIS
JOÃO PESSOA –
2012
GOVERNO DO
ESTADO DA PARAÍBA
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
ESCOLA ESTADUAL
ENSINO FUNDAMENTAL CORAÇÃO DIVINO
O
Relatório do Projeto Texto Variedades foi construído a partir das práticas
realizadas em sala de aula e o relato dos desafios e superações que ocorreram
ao longo do projeto. Este é o relato da Jaquicilene Ferreira da Silva Alves,
professora da turma do 4º ano - manhã, da Escola Estadual de Ensino Fundamental
Coração Divino.
JOÃO PESSOA -
2012
RELATÓRIO DO
PROJETO TEXTO E VARIEDADES
Leitura, escrita
e novos horizontes
A
necessidade em desenvolver algo que contribuísse em desenvolver a leitura em
sala de aula foi minha primeira inquietação e com toda certeza iniciar esse
projeto foi o maior de todos os desafios. Ao caracterizar minha turma vejo uma
heterogeneidade maior que o normal, estudantes que chegaram sem saber ler e
ainda fora de faixa (o que tem se caracterizado como fenômeno normal nos
últimos anos) misturados com estudantes que conseguem ler e compreender e ainda
os que conseguem ler, mas não compreendem o que foi lido.
Nos
comentários nas reuniões dos professores, uma das professoras apresentou uma
proposta desenvolvida em uma escola que tratava dos gêneros textuais, isso me
chamou muita atenção, mas era um projeto grandioso e sinceramente tive medo de
começar e não conseguir terminar, mas, afinal nunca ouvi falar de bons
resultados sem um grande e longo trabalho por trás. “Arregacei as mangas” e fui
à luta.
Esse
projeto de intervenção no processo de construção de um universo letrado no
cotidiano desses educandos também foi planejado como um aspecto cultural. É
essencial que o público alvo desse projeto fosse contemplado culturalmente,
pela reprodução de sua cultura e pelas novas descobertas que a leitura pudesse acrescentar
aos seus aspectos culturais. Essa afirmação é contemplada com as palavras de
Cagliari (2010, p.151): Leitura e cultura
sofrem um impasse inicial. A leitura leva à aquisição da cultura, mas é a
cultura que explica muito do que se lê, não apenas o significado literal de
cada palavra de um texto.
Por respeitar a cultura e a
cultura dos meus educandos, fui muito cautelosa com a escolha de cada gênero
textual e cada material a ser apresentado, agredi-los/as culturalmente não era
o principal objetivo. O maior desafio era oportunizar o conhecimento diversificado
respeitando os limites da cada um/a.
Como
uma educadora pesquisadora fiz o máximo para relacionar os gêneros propostos
com o currículo escolar. A transversalidade e multidisciplinaridade, foram
traços preciosos no desenvolvimento do projeto. Sem esquecer de
inter-relacionar as competências/capacidades e os conteúdos previstos pela
Secretaria de Educação.
Como percebo que
poesia é um gênero muito agradável, comecei por ela. Eles aceitavam bem a minha
leitura, mas eu sentia falta do protagonismo deles e delas, foram muitas
poesias, muitos momentos de leitura silenciosa, leitura individual, leitura em
grupo, leitura combinada por grupos, e diversos outros tipos de leitura, além
de diversos exercícios escritos que acompanhavam esses textos.
Trabalhei
com poemas pequenos que se aproximavam da realidade deles, em pedacinhos de
papel eu cortava e colava em cada caderno e explorava o máximo possível.
Recitava e ainda recito diariamente, percebo que o estudante só vai gostar de
ler se o professor demostrar pelos seus atos que ler é prazeroso. Foram muitos
poemas, rodas de leitura, momentos da cestinha da leitura em sala de aula. No
inicio sinceramente pensei que não fosse dar certo. Procurava explorar os
poemas, eles foram aos poucos aprendendo a reconhecer os poemas e a identificar
sua estrutura.
Com
os poemas exercitei a integração dos conhecimentos, relacionei o máximo o que
seria explorado no poema com a matriz curricular do 4º ano e com o Fluxo
orientado pela Secretaria de Educação através do Programa Primeiros Saberes da
Infância. Meus limites estavam sempre relacionados com as dificuldades na
leitura dos estudantes e na inaptidão acadêmica de alguns deles. Houve uma
certa resistência pela dificuldade na leitura dos estudantes, o que não foi
motivo para acomodação. Com os poemas fomos encontrando paulatinamente o prazer
no exercício da leitura de pequenos textos.
O segundo gênero
trabalhado em sala de aula foi a música, um caminho maravilhoso, primeiro
porque eu gosto muito de música e depois porque os estudantes também se
identificam muito.
Aqui no entorno
da nossa comunidade o tráfico de drogas é uma realidade e, infelizmente parte
dos nossos educandos cultuam essa prática. Não no sentido de estar envolvido,
mas por admirar esses comportamentos e por terem crescido próximo a tal
realidade. Portanto, músicas que reverenciam facções criminosas como: “Alkaida”
e “Estados Unidos” é muito natural. Nossas crianças e adolescentes escutam e
cantam essas músicas naturalmente, sem ao menos prestar atenção ao conteúdo.
De posse da
realidade, eu não optei por ouvir as músicas deles, sei que não teria a
maturidade para explorar essas músicas e converter a opinião. Eu simplesmente apresentei
outras alternativas de músicas trazendo músicas de todos os tempos.
Explorei a
música de duas formas diferentes. Na primeira forma, apresentava primeiro uma
mídia com a música ou até mesmo o clipe da mesma e posteriormente a letra. Na
segunda forma, trazia a música em forma de texto e depois eles percebiam o ritmo e em que momento a música era
contextualizada historicamente. Em ambas formas explorava a ortografia e a
gramática, pois como durante o processo, as músicas eram ouvidas diariamente na
sala de aula eles já decoravam a letra, foi um dos momentos em que a escrita
foi melhor explorada.
Comecei com rock
Brasil, nas músicas animadas do grupo musical Skank, passamos também por:
Leandro e Leonardo, Roni Von, Luíz Gonzaga, NX Zero, Tom Oliveira, Flávio José
e Gabriel O Pensador. Foi um pouco de tudo. Procurei atender as curiosidades
deles para que se sentissem contemplados durante todo o processo. Com as
músicas percebemos que a leitura está em tudo e que até nos momentos de
descontração do nosso cotidiano o raciocínio humano e a criatividade se faz
presente através de ritmo, dança e muita leitura.
O próximo módulo
do referido projeto foi um especial para receitas. Como incentivo perguntei o
que os estudantes gostavam de comer e montamos uma lista de receitas, depois
pedi para os educandos trazerem uma receita de casa, fizemos uma troca de
receitas. Nesse gênero trabalhei de uma forma diferente, não escolhi as mídias,
falei que traria as mídias contendo vídeos do preparo das receitas que eles
escolhessem.
Foram muitos
vídeos com receitas variadas, a ocasião foi oportuna para o trabalho com as
comidas típicas regionais e a divisão política do Brasil, além de muitos
conteúdos de matemática, como por exemplo, a conversão de medidas. Analisamos o
cardápio escolar e o valor nutricional de alguns alimentos.
Depois de
conhecer várias receitas, planejei uma aula diferente: o preparo de uma receita
em sala de aula, foi uma verdadeira festa. Quando apresentei a ideia pedi aos
estudantes que selecionassem uma das receitas das quais tínhamos assistido o
vídeo, para que puséssemos assistir novamente e fazer o preparo em sala de
aula, e estabeleci alguns critérios como, a praticidade, o fácil acesso aos
ingredientes (considerando que todos iam cooperar trazendo os ingredientes de
casa), os utensílios necessários para o preparo e também a curiosidade da
degustação.
A receita que
atendeu a todos os critérios foi uma Torta de Carne Moída. Incrível como todos
participaram de alguma forma, na contribuição, trazendo ingredientes e no
momento de preparar na sala de aula. Ao final do lanche diferenciado, alguns
gostaram mais, outros menos, mas todos avaliaram positivamente nossa aula prática.
Com as receitas também aprendemos a planejar, prever o que poderíamos precisar,
uma atividade praticamente científica, tanto pela matemática, mas também pelos
estágios de transformação dos alimentos para a nossa saúde e para a saúde do
meio em que vivemos. Pudemos também conhecer vários lugares do Brasil pela
gastronomia e saber como esses sabores compõem cada Estado brasileiro.
Considerando que
a partir desse momento os estudantes já haviam sido conquistados, fiquei mais
confortável para adentrar no mundo dos contos. Tomei nota que meus educandos já
haviam ouvido falar sobre o assunto e fiquei muito triste, pois poucos deles
souberam citar mais que seis clássicos.
Mais uma vez os
recursos tecnológicos me subsidiaram. Realizei o download de mídias que
apresentavam os clássicos resumidos em cinco minutos e fui apresentando para as
crianças, assim como muito trazendo também as histórias contadas. Na
oportunidade fiz uma ponte entre o referido projeto e outro projeto que toda a
escola está desenvolvendo que chama-se: Resgatando Valores para uma Cultura de
Paz, fazendo uma relação entre os direitos Humanos e o Estatuto da Criança e do
Adolescente, traçando uma série de questões que observamos nos contos e o que
podemos acrescentar a realidade. Algo também bastante oportuno e coincidente
foi a semana do Folclore, que acrescentou ainda mais contos e lendas infantis.
Com os contos
contribui com a formação humana de um ser social em cada educando. A
legitimidade e a certeza de que somos pessoas capazes de conquistarmos uma
final feliz para nossas vidas. Aprender a perceber o outro também foi algo
muito rico, o incentivo ao respeito e a justiça começou a partir da convivência
entre os pares na sala de aula.
E por fim
chegamos ao módulo dedicado às cartas e bilhetes, acredito que tenha sido o
mais curto. Para incentivo usei um resumo do filme Central do Brasil. Levei os
estudantes a refletirem sobre a profissão de Dora (personagem do filme que
trabalha escrevendo cartas), eles/as puderam perceber que durante muito tempo a
carta foi o meio de comunicação mais importante entre as pessoas que moravam
distantes. Apresentei também toda importância da emergente comunicação virtual
que vem abrindo cada vez mais espaço em nossa convivência, os e-mails e
mensagens pelo celular e toda a importância da leitura e da escrita para
possamos fazer parte de todo esse universo. Interagir com os meios de
comunicações mais antigos e também os mais atuais é um pré-requisito para a
efetivação da comunicação de pessoas e grupos em geral.
Nas cartas e
bilhetes pudemos caracterizar tempos diferentes com a mesma marca: a
comunicação escrita. Embora o referido projeto tenha como principal objetivo a
leitura, não podemos desconhecer que o registro escrito é uma marca desde os
primórdios. E que é forma mais legítima de registro de várias civilizações.
Culminância do
Projeto Texto e Variedades
O encerramento
do projeto aconteceu no dia 23 de outubro de 2012. Durante a Mostra Cultural da
escola, na ocasião também aconteceu à escolha da Garota primavera da escola. É
um evento muito animado que integra a escola e a comunidade. Todos os
funcionários e professores preparam a escola para receber os estudantes, os
pais/responsáveis e seus familiares, ex- alunos e toda a comunidade. Organizei
junto com os estudantes um mural com fotografias e histórico de atividades,
cada um recebeu sua pasta contendo todos os gêneros estudados, entregamos as
lembrancinhas e apresentamos uma música escolhida pela turma (Vamos Fugir –
Skank). Ao falar sobre o projeto, alguns pais/responsáveis já sinalizaram estar
cientes do que estava acontecendo, esse reconhecimento foi muito importante
para mim. Falei também que o vídeo com nosso ensaio estava no you tube, que
havia postado e tive todo o apoio dos pais. Foi um momento ímpar, inesquecível.
O reflexo de um processo educativo exitoso para além da sala de aula.
Resultados
Alcançados
Quando iniciei o
projeto Texto de Variedade na sala de aula, sinceramente não esperava a adesão
dos estudantes, mas como Pedagoga sabia que um bom planejamento e o
desenvolvimento de atividades interessantes para os estudantes poderiam
conquistar minha turma. Além do profissionalismo, depositei muita esperança e
muito amor, e hoje estou comemorando os resultados. Ainda tenho estudantes que
não conseguiram alcançar os resultados esperados, mas também tenho casos que em
alguns momentos pensei que não avançariam e como num passo de mágica (na minha
contagem do tempo) deslancharam! Nossa culminância foi planejada pela turma,
eles/as escolheram a música que iriam a apresentar, eles/as prepararam o painel
e eles/as também confeccionaram as lembrancinhas, tudo é claro sob a minha
supervisão. Não sei de eles perceberam o quanto tudo isso foi importante para
mim, talvez não reconheçam as noites que passei pensando e as lágrimas de
felicidade que brotaram em meu rosto quando vi tudo pronto, me sinto
reconhecida pelos textos longos que já podemos ler em sala de aula, ainda com
muita paciência, pelos avanços daqueles que eu sabia que poderiam acompanhar e
principalmente pela superação dos estudantes rotulados de bagunceiros,
preguiçosos e que não querem nada. O que deixei para eles? Um material com
todos a variedade de todos os gêneros trabalhados em sala de aula, meu apoio,
meu incentivo, minha confiança e sem ser poética também deixei as marcas da
minha luta: Uma Educação Pública de Qualidade para todos/as, como um direito
subjetivo.
Referências
BRASIL. Lei Nº 9.089/90, de 13 de julho
de 1990 Lex: Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Brasília,
1990.
CAGLIARI,
Luiz
Carlos. Alfabetização e Linguística. – São Paulo: Scipione, 2009.
SOARES, Maria Inês
Bizzoto. Alfabetização Linguística; da teoria à prática/ Maria Inês Bizzoto,
Maria Luisa Aroreira, Amélia Porto – Belo Horizonte: Dimensão, 2010.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura/ Isabel
Solé; trad. Cláudia Schiling – 6 ed. – Porto Alegre: Artmed, 1998
Projeto Texto e Variedadades
GOVERNO DO
ESTADO DA PARAÍBA
SECRETARIA DE
EDUCAÇÃO
ESCOLA ESTADUAL
ENSINO FUNDAMENTAL CORAÇÃO DIVINO
PROJETO TEXTO E
VARIEDADES
EXPLORANDO OS
GÊNEROS TEXTUAIS
JOÃO PESSOA –
2012
GOVERNO DO
ESTADO DA PARAÍBA
SECRETARIA DE
EDUCAÇÃO
ESCOLA ESTADUAL
ENSINO FUNDAMENTAL CORAÇÃO DIVINO
O
Projeto Texto Variedades é uma iniciativa em explorar a disciplina de Língua
Portuguesa através dos gêneros textuais. Foi elaborado e aplicado pela
professora Jaquicilene Ferreira da Silva Alves, na turma do 4º ano no horário
da manhã, na Escola Estadual de Ensino Fundamental Coração Divino.
JOÃO PESSOA
- 2012 -
PROJETO TEXTO E VARIEDADES – Leitura, escrita e
novos horizontes
APRESENTAÇÃO
O projeto Texto e Variedades envolve
todos os estudantes do 4º ano manhã do Ensino Fundamental I da Escola Estadual
de Ensino Fundamental Coração Divino. Nossa Unidade de Ensino está localizada
no bairro do Alto do Mateus e atende a crianças e adolescentes em
vulnerabilidade social que residem no entorno da Escola e da comunidade da
beira da linha. O referido projeto busca os gêneros textuais como alternativa
de trabalho para desenvolver a leitura e a escrita dos estudantes na faixa
etária de 09 a 14 anos e em alguns casos até alfabetizar numa perspectiva de
letramento alguns desses estudantes.
JUSTIFICATIVA
Diante da realidade de um sistema
educacional que não atente a realidade dos estudantes que são aprovados até o
3º ano do Ensino Fundamental e que chegam ao 4º anos muitas vezes sem aptidão
acadêmica para acompanhar o ano, e também o somatório de estudantes com
distorção idade/ano, surge a necessidade de desenvolver um projeto que resgate
a necessidade de construir em cada estudante um/a leitor/a.
O referido projeto trata-se de uma
proposta de envolver o antigo e o moderno, o mito e a verdade e o sonho com a
realidade. É uma verdadeira tentativa trazer um mundo de leitura para o
ambiente da sala de aula e proporcionando
que os estudantes percebam que tudo isso está inserido diretamente em
sua vida e em sua história de alguma forma.
É relevante que o estudante
desenvolva de forma sistematizada, sincronizada, progressiva, contínua e
integrada sua relação com o meio, a leitura e a escrita, desenvolvendo o hábito
de ler e escrever naturalmente. Como o ensino está cada vez mais relacionado
com a construção coletiva a partir do conhecimento prévio do estudante, os
gêneros textuais são um excelente caminho para uma aprendizagem significativa.
OBJETIVO
GERAL
- Conhecer
diversos gêneros textuais estimulando principalmente a leitura e
secundariamente a escrita reconhecendo sua aplicabilidade no cotidiano.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
- Despertar o
interesse da leitura e da escrita nos estudantes.
- Elevar o
nível acadêmico dos estudantes.
- Estimular a
produção e a importância da comunicação oral e escrita enfatizando os
aspectos culturais de todo o processo de leitura.
METODOLOGIA
O eixo norteador deste projeto é o
estimulo a leitura e a escrita, sendo assim serão trabalhados os diversos
gêneros de formas diversificas como:
·
Análise de diversas mídias
·
Leitura
·
Interpretação oral
·
Interpretação escrita
·
Clipes de músicas de diversos gêneros musicais
·
Estudos de receitas com prática em sala de aula
·
Ouvir e debater os Clássicos Infantis
·
Analisar diversos poemas
·
Reconhecer e produzir anúncios e propagandas
·
Troca de bilhetes entre os colegas de classe
As atividades serão
intencionadas e coordenadas para proporcionar aos educandos momentos de leitura
variados para eles percebam que importância da leitura pela escrita de como
foram construídos os registros da nossa sociedade. Não sendo menos importante a
contribuição de instrumentos tecnológicos como ferramenta para a leitura.
Mídias e apresentações em programas de computador, por exemplo, serão uma
contínua no uso de recursos audiovisuais.
FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
Esse projeto
está fundamentado uma perspectiva de total apoio a leitura e incentivo a
escrita. Recebi no início do ano letivo 25 (vinte e cinco) educandos, destes 8
(oito) não sabiam ler eram apenas copistas. Todos os oito estão fora de faixa
etária, oriundos de um sistema que proíbe que o estudante seja retido. Assim
todos os educandos vão sendo aprovados, mesmo sem o conhecimento mínimo para
avançar para a série/ano posterior. Nem precisa relatar que esses estudantes já
estão desestimulados e descrentes do processo educativo, além de trazerem uma
rebeldia ímpar.
O
foco do projeto texto e variedades é a leitura sendo a escrita um aspecto
importante, porém secundário. À luz de CAGLIARI (2010,p.130):
A atividade
fundamental desenvolvida pela escola para a formação dos alunos é a leitura. É
muito mais importante saber ler do que saber escrever. O melhor que a escola
pode oferecer aos alunos deve voltar voltado para a leitura. Se um aluno não se
sair muito bem nas outras atividades, mas se for um bom leitor, penso que a
escola cumpriu em grande parte sua tarefa.
Não
podemos negar que o estudante não é mais o mesmo, a família não é mais a mesma,
mas a escola infelizmente não conseguiu acompanhar essas mudanças. Nessa
confusão de responsabilidades não conseguimos fazer todos os papeis, mas não
podemos esquecer em nenhum momento de ensinar. E principalmente: Ensinar a ler.
Embora façamos parte de um mundo letrado cheio de informações, a leitura ainda
é um universo pouco explorado pela escola. De fato o autor fala do paralelo que
existe e entre a leitura e a escrita e do prevalecimento da primeira sobre a
segunda. Explorar a leitura é certamente o grande desafio do novo paradigma de
escola precisamos de cidadãos leitores e não copistas.
Quando
Cagliari (2010, p.147) afirma a importância que a escola atribui à escrita ele
justifica algo que percebi em minha realidade na escola onde leciono:
Exige-se muito
mais do aluno com relação à escrita do que com a relação à leitura. Isso se
deve ao fato de a escola saber avaliar mais facilmente os acertos e erros da
escrita e não saber muito bem o que o aluno faz quando lê, sobretudo quando ele
lê em silêncio.
Essa afirmação
de Cagliari aponta para um antigo problema que também circula entorno da
aprendizagem, a avaliação escolar. Por tais motivos o Projeto Textos e
Variedades pretende proporcionar aos estudantes momentos de leitura variados,
leitura para informação, para a distração, para o prazer, para se
reconhecer. Transformando receitas,
músicas, contas, poemas em momentos de leitura.
O
diferencial deste projeto não é o que os estudantes serão capazes de produzir
com tudo o que foi lido, mas oportunizar momentos de leitura para que os
estudantes possam “...vivenciar,
intensamente, atos de leitura e escrita” (BIZZOTO, 2010, p.46). Permitindo
ao estudante conhecer novos horizontes a partir do amadurecimento de sua
compreensão leitora.
O
referido projeto está fundamentado para atender a perfis diferentes da turma do
4ª ano: Aprender a ler, para os
estudantes que ainda não sabem e ler para
aprender, para os estudantes já dominam a leitura e os que leem com
dificuldade.
O
projeto também é um canal de informação para o Estatuto da Criança e do
Adolescente e para a Declaração Universal dos direitos humanos, já que tal
temática será explorada em toda a escola em projeto maior, o projeto:
Resgatando Valores para uma Cultura de Paz.
CRONOGRAMA
|
Gênero textual
|
Período
|
|
Poemas
|
De 14/05 até
24/05
|
|
Músicas
|
De 29/05 até
12/07
|
|
Receitas
|
De 17/07 até
01/08
|
|
Contos e
Fábulas
|
De 10/08 até 24/08
|
|
Cartas e
Bilhetes
|
De 27/08 até 31/08
|
|
Encerramento
|
23 de outubro
de 2012
|
RESULTADO ESPERADO
Ao final do desenvolvimento do
projeto espero que os estudantes possam reconhecer alguns gêneros textuais,
assim como ter o saber que além dos que estudamos existem vários gêneros e que
tudo o que é registrado na escrita e apresentado através da leitura contribui
para uma construção histórica na sociedade.
AVALIAÇÃO
Os estudantes serão avaliados
continuamente no decorrer do processo e também por meio de participação. Muitas
atividades serão aplicadas e em cada uma delas será observado o envolvimentos
dos estudantes. Ao final do desenvolvimento do projeto cada estudante terá
construído um portfólio com os gêneros textuais escolhidos por eles, compondo
assim um registro de favoritos, um mural confeccionado coletivamente com todos
os gêneros trabalhados. Em um momento culminante, os estudantes apresentarão
para toda a escola e a comunidade músicas, poemas e depoimentos do projeto
REFERENCIAS
CAGLIARI,
Luiz
Carlos. Alfabetização e Linguística. – São Paulo: Scipione, 2009.
SOARES, Maria Inês
Bizzoto. Alfabetização Linguística; da teoria à prática/ Maria Inês Bizzoto,
Maria Luisa Aroreira, Amélia Porto – Belo Horizonte: Dimensão, 2010.
SOLÉ,
Isabel.
Estratégias de Leitura/ Isabel Solé; trad. Cláudia Schiling – 6 ed. – Porto
Alegre: Artmed, 1998.
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Inicio de conversa
Uma mensagem linda que eu gosto muito...
Frase de Luis Fernando Veríssimo
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode,que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando,
vivendo que esperando, porque embora quem quase morre esteja vivo,
quem quase vive já morreu.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando,
vivendo que esperando, porque embora quem quase morre esteja vivo,
quem quase vive já morreu.
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